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sábado, 30 de março de 2013

Governantes que mentem, cedo ou tarde são desmascarados


"Ciclovias de Joinville são destaque na imprensa de São Paulo". Essa foi a manchete de relise distribuído à imprensa pela Secretaria de Comunicação da prefeitura em 19 de março de 2012.
A manchete já é um engodo, pois o que Joinville quase não tem são ciclovias, mas sim ciclofaixas. O texto começava assim: "
As ciclovias de Joinville foram destaque nacional da reportagem "Bikes de Joinville têm muito a ensinar a SP", do jornal Diário do Comércio, de São Paulo, no dia 8 de março. Conhecida como Cidade das Bicicletas, Joinville tem quase 100 quilômetros de ciclovias ciclofaixas e 12% dos mais de 500 mil habitantes são ciclistas".

A informação oficial da prefeitura afirmava, ainda: "Sobre o convívio entre automóveis e bicicletas, o diretor do Ippuj (à época) ressaltou que nossas ciclovias ocupam na pista o chamado leito carroçável, espaço que seria destinado normalmente ao estacionamento de veículos. 

É uma faixa razoável, com dois metros de largura e mão de sentido duplo, na qual o ciclista se movimenta com segurança..". 
Aqui, mais uma enganação oficial, pois são raras as ciclofaixas com essa largura. A maioria não permite que duas bicicletas se cruzem ou ultrapassem, de tão estreitas, como comprovou uma série de fotografias feitas no início deste ano pelo bike jornalista Valter Bustos.

Destruí a bicicleta
Incrível o que vi... A bicicleta entortou, a roda dianteira estava longe e o homem não conseguiu mais pedalá-la. Tudo isso na trombada com o meu corpo! Que muralha, pensei, sendo quase franzino.
Meu acidente ocorreu próximo deste ponto da Rua Visconde de Taunay, onde, num passado recente, a ciclofaixa protegia mais o ciclista. Agora, restam apenas a pintura na pista e alguns sinalizadores. Os blocos de cimento, atropelados pelos carros, foram tirados todos para protegerem os veículos. Os ciclistas não precisam de proteção, concluiu o governo anterior (gestão Carlito Merss-PT), ao mandar desmanchar o que ele mesmo fez

A via é de mão única. Uma curva fechada obriga ao pedestre atenção redobrada para não ser pego por veículos que surgem de repente. Então, a atenção é só para o lado esquerdo. Foi assim que a atravessei. Pois, do lado direito pedalava um trabalhador na contra-mão (pelas 6h30 da manhã é pequeno o fluxo de veículos). Não o vi nem o ouvi. Só senti o impacto que foi como se houvesse tomado um soco de um boxeador. Foi mais ou menos o que aconteceu. A mão esquerda no guidão foi quem acertou-me nas costelas naquele ponto que os boxeadores buscam incansavelmente atingir seus opositores. Foi uma esquerda direta no fígado.
Caí de quatro ralando bastante os joelhos ainda sem entender o ocorrido e vitimado por um desmaio de uns três segundos. Ato contínuo, e já consciente, ouço uma voz se desculpando. O homem estava perplexo e preocupado comigo. Ainda zonzo, precisei sentar-me (havia um providencial muro baixo) e a primeira coisa que disse foi: "Estás maluco. Vens na contra-mão e não olhas o que tem à frente!". Mas, logo em seguida sorri e disse para ele não se preocupar, apesar da forte dor nos joelhos.
Cinco minutos depois eu decidi continuar minha caminhada de casa ao trabalho e me despedi do homem desejando que ele tivesse um bom dia. Senti pena dele. Afinal, foi um acidente. A calça roçando os joelhos me obrigaram a ir mais devagar, quase coxo. Ao chegar à empresa, sentei-me e tive uma vertigem pela dor na região do fígado e rim direito. Não tive dúvidas. Fui imediatamente à emergência do Hospital Dona Helena que fica a menos de 500 metros de onde era a sede da minha empresa.
Lembrança cavalar
Dezenas de radiografias e nenhum osso quebrado. Só a visão dos nós de duas costelas quebradas há alguns anos quando meu cavalo passou por cima de mim num tombo em que tentei segurar minha filha que caia do cavalo dela.
Mais de duas horas depois e consulta com especialistas, o jovem médico (Damiano S. Hemkemaier) deu-me uma lista de sintomas que se um deles se apresentasse deveria voltar à emergência. "Observação rigorosa pelas próximas 48 horas", alertou o simpático médico. Então, fiquei me observando, ralado e dolorido. Mas, foi só isso mesmo! 
Este acidente ocorreu em 11 de janeiro de 2011 com uma postagem sobre o episódio: Fui atropelado e posto à nocaute.
Em Joinville, que já foi considerada a "Cidade das bicicletas", ciclovias e ciclofaixas e trânsito cada vez mais congestionado estimulam pedestres e ciclistas. 
Mas, as políticas públicas ainda priorizam os veículos motorizados e algumas iniciativas para os ciclistas, têm retrocesso, como nesse caso da Rua Visconde de Taunay.
E isso inibe mais adesão às bicicletas. Há cinco anos optei por ela como principal veículo para a minha locomoção. Aprendi, nas costelas, e observando decisões públicas que devo ser cuidadoso. Isso porque ainda há muita desinformação, mas principalmente, falta de respeito, de gentileza e de políticas públicas comprometidas com as "magrelas", como também costumamos chamá-las por aqui.
Pedalada Santa
Participei, na Sexta-Feira Santa, de mais uma iniciativa de Bicicletada. Apesar da pequena participação, o movimento insiste e estes "jovens sonhadores" fazem parte de uma iniciativa que mobiliza grupos que reúnem de dois a milhares de ciclistas e cicloativistas mundo afora. No fim desta postagem reúno várias outras que comprovam essa revolução mundial em favor das bicicletas.


A concentração da Pedalada Santa foi na Praça da Bandeira. Enquanto esperávamos para a largada às 19h, um grupo de praticantes de BMX apareceu lá. Um dos participantes da pedalada era praticante do esporte e foi reconhecido pelo grupo. Mauro Lorenzi Júnior, tatuador, agora é adepto das bicicletas de roda fixa, comumente conhecido como fixie, uma alternativa popular entre ciclistas, principalmente urbanos. 

Quase sempre os próprios ciclistas montam suas bicicletas que não têm freios. Assim como o Mauro, outros são aficionados pela modalidade. Mas o esporte exige mais cuidado ainda. Há poucas semanas um destes praticantes sofreu um acidente e quebrou o braço, numa manobra de frenagem, sem freios, em que o corpo é o principal elemento. Pedalei na bicicleta do tatuador, mas essa modalidade não é para mim. Prefiro a segurança dos freios...
Estávamos em oito ciclistas e o tempo previa chuva. Então saímos da Praça da Bandeira às 19h20 e fizemos um pequeno percurso até o Terminal Norte de Ônibus e retorno à Praça. Uma foto do grupo para esta postagem e eu aproveitei para testar uma nova bicicleta, dobrável, que me acompanhará nos bagageiros de ônibus e aviões em futuras viagens Brasil afora.
Para finalizar, recomendo que assista o vídeo abaixo, e aos governantes uma dica: Joinville precisa de mais ciclovias e os ciclistas de mais proteção nas ciclofaixas.



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Fui atropelado e posto à nocaute