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domingo, 27 de maio de 2012

Líder do Movimento Nordeste Independente sai revigorado do Movimento O Sul é o Meu País

O Pernambucano Dr. Jacques Ribemboim foi a mais esperada personalidade nacional no XX Congresso do MSP (Movimento O Sul é o Meu País) que iniciou no sábado, 26 de maio de 2012, em Balneário Camboriú, SC.


Celso Deucher (esquerda) presidente nacional do MSP; Dr. Jacques Ribemboim, autor do livro Nordeste Independente e Adílcio Cadorim, fundador do MSP


O encontro, que também foi comemorativo aos 20 anos de fundação do MSP, promoveu a aproximação de duas iniciativas nos extremos do país que têm como base o descontentamento e revolta de seus integrantes contra a concentração de riqueza no estado de São Paulo - que resultou na criação do Gesni (Grupo de Estudos Nordeste Independente) e o movimento auto-determinista nordestino - e contra o centralismo político do Governo Federal - que consolidou um dos mais importantes movimentos emancipacionistas da recente história brasileira - o MSP.
Na edição 053 do JOI (Jornal O Joinvilense) anunciávamos o evento. Em entrevista exclusiva que me concedeu, já na madrugada de domingo, Dr. Jacques Ribemboim, que é formado em engenharia mecânica, economia de petróleo, e possui os títulos de MSc (Mestre em Economia Ambiental) pela University College London e de Doutor em Economia pela UFPE, com pós-doutorado em sistemas produtivos locais pela Université Pièrre Mendes France, França,  diz que volta para Recife surpreso com o MSP.
"Saio daqui com a desmistificação de que o MSP fosse um movimento nazistóide. O que pude conferir é que trata-se de um movimento democrático, tolerante, inclusivo e não xenófobo".


Ribemboim, que atualmente é professor da UFRPE, Recife e professor visitante do Institute d'Etudes Politiques de Grenoble, na Franca, e ainda ministra módulos de pós-graduação na Universidade de Pernambuco (FCAP e Poli), explica que tinha essa "pecha" de que o MSP fosse um movimento xenófobo por conta da repercussão dada em 1992 pela Rede Globo de Televisão contra o MSP ao divulgar num dos seus programas dominicais (Fantástico) uma extensa reportagem contra movimentos separatistas e destacado o República dos Pampas liderado pelo gaúcho de Santa Cruz, RS, Irton Marx. "Era um movimento que falava mal dos nordestinos, tinha uma bandeira nazistóide e provocou uma reação negativa contra o MSP pela forma como foi montada a reportagem", explica Ribemboim, que já publicou dezenas de artigos para revistas, jornais e anais de congressos.
Ele também assina 14 livros (como autor, co-autor ou organizador), dentre eles: "Nordeste Independente" e "Manuel Correia de Andrade: um homem chamado Nordeste".


Além de sair de Santa Catarina estimulado à retomar a discussão do movimento autodeterminista do nordeste do Brasil, Jacques Ribemboim levou um presente de integrante do MSP de Itajaí, SC, uma obra que retrata a pedra do 'Bico-do-Papagaio' da praia de Cabeçudas, uma das mais belas de Santa Catarina


Dr. Jacques Ribemboim já morou em Salvador, Natal, Mossoró, Tel Aviv, Londres, Brasília e Grenoble. Atualmente reside no Recife, sua terra Natal. Militante político do PV (Partido Verde) também é autor do livro "Economia da Pesca Sustentável no Brasil". Ele retorna à sua terra convencido de que a independência nordestina é a alternativa mais digna daquele povo. "Precisamos 'caminhar com as próprias pernas' formar um novo país integrado pelos estados brasileiros da região", diz o líder defensor da autodeterminação nordestina e que também é membro da União Brasileira de Escritores e do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.


O evento contou também com a participação de um dos líderes do Lega Nord (Liga Norte), movimento separatista italiano, Jean Pedro Bontempi. Mas esse é assunto para outra postagem. Aguardem.