quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O desastre da Tupy não VALE?

Por que, um crime ambiental persistente, dos mais graves do mundo, por afetar diretamente um estuário, não tem a mesma repercussão?
É justa a comoção nacional por conta da destruição provocada pelo maior crime ambiental do Brasil. No entanto, há que se medir mais adequadamente essa catástrofe. Se o mar de lama que desceu o Rio Doce a partir do rompimento da barragem de Mariana, MG, já é um dos cinco maiores desastres ambientais provocados pelo homem, há especialistas afirmando ser o maior do mundo!
Milhares de catarinense têm feito coro aos protestos contra a “VALE do Rio Doce”. O debate e a revolta também lidera mobilização nas redes sociais.
O difícil de entender é porque os catarinenses, principalmente os que vivem em Joinville e região, não reagem da mesma forma com o crime ambiental cometido por décadas pela Tupy Fundições S.A.
Proporcionalmente, o espalhamento de milhares de toneladas de areias cancerígenas, rejeitos de fundições, por diversos bairros de Joinville e região e também na Lagoa Saguaçu é uma catástrofe proporcionalmente maior.

 No livro "O GIGANTE acuado" relato o histórico, por décadas, de espalhamento de rejeitos industriais feitos pela Tupy Fundições S.A., inclusive na Baía Babitonga.
Dezenas de links, no fim desta postagem, revelam uma história de crimes ambientais 
 atentado e morte suspeita de ambientalista até hoje não investigada

Se o volume de lama da Samarco, contaminada com metais pesados que matou o Rio Doce encheria um cubo com 396 metros de lado, o volume que silenciosa e diariamente a Tupy espalhou aterrando ruas, terrenos, obras públicas e a Baía Babitonga, denuncio no livro “O GIGANTE acuado”, encheria, no mínimo, um cubo com 170 metros de lado.
O inacreditável é que agora as areias residuais da Tupy estão sendo usadas como matéria-prima para pavimentar estradas em Araquari e Balneário Barra do Sul, na confecção de pavers que pavimentam calçadas, como a que circunda o 62o BI, no bairro Atiradores. E o pior. A empresa está apresentando estudos feitos por seus técnicos que recomendam o espalhamento destes rejeitos industriais no solo para “corrigir” e “melhorar” a qualidade da terra para a agricultura!
Como disse, impressiona essa comoção seletiva com os de lá enquanto do lado de cá o desastre é muito, muito maior!
A Defensoria Social já protocolou denúncias que inibiram algumas ações, mas a morosidade da justiça está permitindo uma tragédia sem precedentes no hemisfério sul do Planeta Terra.
E esse tipo de crime ambiental não acontece só em Joinville. Onde há uma fundição, é só investigar o seu histórico.
A resposta à pergunta que inicio nessa postagem pode ser: Porque o desastre da Samarco foi o despejo de todo o volume de uma única vez no Rio Doce. O da Tupy não apareceu, em nenhum momento nestas décadas de despejo criminoso pela região, por ser feito aos poucos. Todos os dias, um pouquinho...
Mas, o desastre daqui é muito maior, pois enquanto a lama da Samarco atingiu o oceano e está se dispersando com a força das marés, o rejeito industrial da Tupy está represado no dique feito pelo fechamento do Canal do Linguado com danos ambientais imensuráveis no estuário da Baía Babitonga.
Enquanto a lama da Samarco provoca danos ao ecossistema do Rio Doce, o da Tupy ao ecossistema de um estuário. Estuários são maternidades do Planeta.


Outras postagens neste blog sobre o tema:
IVC denuncia prefeituras de Araquari e Balneário Barra do Sul
Defensoria Social e IVC denunciam prefeitura de Balneário Barra do Sul no MPF
IVC reage à graves violações
Morte de Ambientalista. Aumentam suspeitas sobre Joinville
Ambientalista morto tem seu último pedido atendido
"O GIGANTE acuado" já está na livraria
12/12/12, uma data enigmática
Defensoria Social escolhe Joinville

R$ 50 milhões de indenização
Uma arma à cabeça, um tiro. Jornalismo é profissão de risco
Loteamento com aterro de rejeitos é denunciado pela Defensoria Social
Minha casa, o fim da minha vida
"Deus" tremendo filho da puta
Imperdível, assustador, pois o veneno está à mesa
Acontecimentos inesperados, consequências de incalculáveis repercussões
Diálogos para um Brasil Sustentável
Livro de jornalista joinvilense é destaque em campanha nacional
Fui eleito Parceiro da Paz e Sustentabilidade
Jornalismo continuado, denúncias têm desdobramentos
Sindicato analisa posicionamento em defesa de jornalista
Radialista alerta atitude perigosa da Tupy Fundições
Prossegue o embate sobre areias de fundição
Reação de gigante poluidor contra jornalista joinvilense

Publicações feitas em outros veículos de comunicação sobre o tema:

Jornal O Vizinho (JOV)
Edição 748 do JOV (Jornal O Vizinho) - Edição comemorativa de aniversário de Joinville com destaque de capa para o tema (reúso de areias de fundições) com entrevista exclusiva do representante da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) nas páginas 6 e 7.
Edição 750 do JOV - Destaque de capa para entrevista com o Bispo Diocesano de Joinville, Dom Irineu Roque Scherer e editorial sobre a denúncia da Defensoria Social.
Edição 751 do JOV - Destaque de capa para o embate sobre o tema com publicação na íntegra, de nota da Tupy Fundições S.A. (direito de resposta) e alerta da Defensoria Social sobre o que qualifica de ações intimidatórias da empresa contra o jornal, nas páginas 4 e 5.
Edição 752 do JOV - Destaque de capa alerta que a Calçada do 62 BI pode ser apenas a ponta do iceberg com reportagem da cobertura jornalística de audiência pública na CVJ (Câmara de Vereadores de Joinville) nas páginas 6 e 7 e comentário em editorial.
Edição 753 do JOV - Destaque de capa para as novas denúncias feitas por vereadores contra o reuso de areias de fundições e repercussão do tema noutros veículos nas páginas 6 e 7.
Edição 760 do JOV - Destaques de capa para resposta da Fatma/SC aos questionamentos feitos pelos vereadores sobre o reúso das areias de fundições
Edição 761 do JOV - e edição 046 do JOI - Destaques de capa para resposta do prefeito de Joinville às perguntas dos vereadores sobre os casos de suspeita de câncer e suas relações com as areias de fundição
Edição 762 do JOV - Destaque na coluna de meio ambiente na página 4, alerta da Defensoria Social sobre a "Decisão Duvidosa" da prefeitura de Joinville em oficializar o reuso das areias de fundições.
Edição 771 do JOV - Destaque na contra capa com a matéria "Parceiro da Paz e da Sustentabilidade"
Edição 772 do JOV - Destaque na contra capa anuncia que o editor do JOV fora eleito com "Prêmio da ONU"
Edição 783 do JOV - Destaque de capa denuncia movimento das indústrias para o reuso das areias de fundição como "fertilizante"
Edição 784 do JOV - Destaque na contra capa que Joinville lidera iniciativa de uso de rejeito industrial na produção de alimentos
Edição 785 do JOV - Destaque de capa: Rejeitos de fundição podem virar "fertilizante"
Edição 786 do JOV - Reportagem de capa destaca que homenagem a joinvilense seria feita na Rio+20 teria sido boicotada pelo governo Dilma
Edição 787 do JOV - Destaque de capa denuncia uso de areias de fundição em obra do Programa do Governo Federal "Minha Casa, Minha Vida"
Edição 790 do JOV - Livro doado ao AHJ (Arquivo Histórico de Joinville)
Edição 791 do JOV - Livro doado ao AHJ (Arquivo Histórico de Joinville)
Edição 792 do JOV - Doação de livros à Biblioteca Pública Municipal de Joinville
Edição 805 do JOV - Consema libera uso de rejeitos de fundições
Edição 806 do JOV - Consema libera uso de rejeitos de fundições
Edição 808 do JOV - Ambientalista é encontrado morto em quarto de hotel
Edição 809 do JOV - Aumentam suspeitas sobre Joinville
Edição 810 do JOV - Entidade internacional une-se ao IVC na proteção a ambientalistas
Edição 815 do JOV - Rejeito Industrial joinvilense é base de obra pública barrasulense
Edição 816 do JOV - IVC e Defensoria Social tentam impedir despejo de milhares de toneladas de rejeitos industriais da Tupy em obra pública
Edição 817 do JOV - Aumentam suspeitas
Edição 819 do JOV - Bomba relógio
Edição 820 do JOV - Empresários ferram empresários
Edição 822 do JOV - Outra área contaminada
Edição 823 do JOV - IVC denuncia prefeituras da região na CGU
Edição 824 do JOV - Morte ainda sem respostas

Jornal O Joinvilense (JOI)
Edição 045 do JOI
- Destaque de capa para a resposta da Fatma que faz crescer suspeita contra fundição
Edição 040 do JOI - (Jornal O Joinvilense) - Destaque de capa para os riscos do reúso de areias de fundições contaminadas com o cancerígeno fenol e complemento de reportagem na pág. 3
Edição 046 do JOI - Destaque de capa para resposta do prefeito de Joinville às perguntas dos vereadores sobre os casos de suspeita de câncer e suas relações com as areias de fundição.
Edição 050 do JOI - Destaque na contra-capa reporta Prêmio da ONU ao editor do jornal
Edição 056 do JOI - Reportagem de capa destaca que iniciativa joinvilense mobiliza resistência nacional contra uso de rejeitos industriais na agricultura
Edição 057 do JOI - Reportagem de capa revela que Defensoria Social reage a ação do Palácio do Planalto
Edição 059 do JOI - O Gigante Acuado
Edição 060 do JOI - Livro recém lançado já integra acervo histórico
Edição 068 do JOI - Violência contra ambientalistas estimula parceria de Oscip joinvilense com movimento internacional
Edição 070 do JOI - Ambientalistas denunciam prefeitura da região
Edição 071 do JOI - Futuro sombrio

Jornal O Garuvense (JOG)
Edição 032 do JOG (Jornal O Garuvense) - Nota na página 8 sobre a repercussão nacional feita no JOV
Postagem neste blog sobre a reação da empresa contra esse jornalista e o JOV
Edição 33 do JOG - Destaque na coluna de meio ambiente na página 8 sobre o evento na Câmara de Vereadores de Joinville.
Edição 37 do JOG - Destaque na coluna de meio ambiente na página 8 sobre a denúncia nacional contra a Tupy Fundições S.A. no Anuário Brasil Sustentável.
Edição 042 do JOG - Destaque na coluna de meio ambiente na página 8, alerta da Defensoria Social sobre a "Decisão Duvidosa" da prefeitura de Joinville em oficializar o reúso das areias de fundições
Edição 047 do JOG - Destaque de capa sobre o Prêmio da ONU
Edição 060 do JOG - Destaca na capa que rejeitos de fundições podem virar "fertilizante"
Edição 062 do JOG - Destaca na capa que o Palácio do Planalto teria boicotado homenagem a joinvilense na Rio+20
Edição 064 do JOG - Areias de fundição, mais uma denúncia
Edição 065 do JOG - 50 milhões de indenização
Edição 066 do JOG - Livros doados Biblioteca Pública Municipal de Garuva
Edição 072 do JOG - Ambientalistas propõem parcerias com o governo garuvense
Edição 077 do JOG - Ambientalista encontrado morto investigava crimes ambientais nos rios de Garuva
Edição 078 do JOG - IVC reage às violações à ambientalistas e jornalistas
Edição 080 do JOG - IVC denuncia prefeitura da região
Edição 081 do JOG - Prefeitura de Araquari também exige uso de rejeitos industriais em obra pública
Edição 082 do JOG - CGU recebe denúncias do IVC
Edição 084 do JOG - Suspeitas rondam morte de ambientalista

Jornal O Araquariense (JOA)
Edição 001 do JOA - Destaque de capa sobre o Prêmio da ONU
Edição 015 do JOA - Destaca que Joinville lidera iniciativa de uso de resíduo industrial na agricultura
Edição 017 do JOA - Anuncia a criação do TSI (Tribunal Social Internacional
Edição 019 do JOA - Areias de fundição, mais uma denúncia
Edição 021 do JOA - Obra literária de jornalismo investigativo
Edição 029 do JOA - Consema libera uso de rejeito de fundições
Edição 030 do JOA - Morte de ambientalista é alívio para empresários da região
Edição 031 do JOA - IVC firma parceria com ONG internacional
Edição 034 do JOA - Defensoria Social e IVC denunciam prefeitura da região
Edição 035 do JOA - Prefeitura de Araquari exige aplicação de rejeito industrial em obra pública

Outras publicações neste blog sobre meio ambiente:
Empresas do PR são denunciadas por crimes ambientais e sonegação fiscal em SC
Governo catarinense é denunciado
Barrancos em Garuva, Terra-sem-lei

2 comentários:

  1. Certa feita, conversei com um ex-químico da Fundição Tupy, que me afirmou que um dos sub-produtos da fundição, impregnado na areia, é o fenol, altamente cancerígeno e que essa areia deveria ser isolada, não podendo ser utilizada para nada. É como material radiativo: descarte total. Estranhei demais o uso como paver. A chuva vai levar os resíduos, aos poucos, aos rios e agora também ao lençol freático. Como pode deixarem isso acontecer?

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